As fundações são componentes essenciais em qualquer construção, responsáveis por garantir a estabilidade e a segurança da edificação ao transferir as cargas da construção para o solo. Dependendo das características do terreno e do porte da obra, é necessário escolher o tipo de fundação, sendo as profundas utilizadas em construções que demandam maior suporte, como grandes construções ou obras em solo de baixa resistência e as rasas dimensionadas para estruturas mais leves ou também em terrenos propícios para esse tipo de suporte. Neste artigo, o conceito dos tipos de fundações serão exploradas, os fatores que influenciam suas escolhas e a importância de um correto dimensionamento para evitar problemas estruturais futuros.



As fundações são responsáveis por difundir a carga de toda a construção da superestrutura ao solo, sendo subdivididas em fundações rasas e fundações profundas. O melhor tipo e modelo de fundação vai ser definido através do estudo de diversos fatores construtivos, como análises do terreno, condições naturais da região, dimensionamento da construção em si, entre outros aspectos. Embora desempenhem a mesma função, se diferem nos demais aspectos possíveis de classificação. Diferenças essas que estão regulamentadas na NBR 6122/2018, norma regulamentadora regida pela ABNT (Associação Brasileira de Normas Técnicas) referente a “Projetos e execução de fundações”.

As fundações rasas (diretas ou superficiais) são definidas por elementos cuja base está assentada em profundidades inferiores a duas vezes a menor dimensão da fundação, recebendo aí as tensões distribuídas que equilibram a carga aplicada; para esta definição adota-se a menor profundidade, caso esta não seja constante em todo o perímetro da fundação.

No entanto, as fundações profundas são caracterizadas por elementos de fundação que tem escavação superiores a 3 metros de profundidade, transmitindo a carga estrutural pela superfície lateral (resistência de fuste) ou pela base (resistência de ponta) ou até mesmo pela combinação de ambas, condicionadas a ter sua ponta/base apoiadas a uma profundidade superior a oito vezes a sua menor dimensão em planta; quando não for atingido o limite de oito vezes, a denominação é justificada.
Cada modelo de fundação é utilizado para suprir as necessidades estruturais da edificação somados às ações naturais – como ação das chuvas e vento – que aplicam esforços consideráveis, assim como ações do próprio solo. Sendo assim, uma mesma obra pode ser projetada com diversos modelos, características e dimensões de elementos de fundação. O dimensionamento desses elementos serão calculados de acordo com as cargas que irão receber dos elementos da superestrutura dentro das possibilidades do terreno.
Sendo a fundação uma etapa construtiva crucial, deve ser definida e projetada por um Engenheiro Civil qualificado, para evitar futuras fissuras, rachaduras e demais patologias construtivas na própria edificação. Patologias essas que podem afetar não somente esteticamente, mas também, ocasionalmente a sustentação estrutural resultando no embargamento da construção por risco de desabamento. Da mesma maneira, outro fator a ser considerado são os riscos semelhantes que correm as demais edificações ao entorno.
Paola Raduenz – Assistente de Projetos